terça-feira, 16 de julho de 2013

Paisagens

E lá vai ele mais uma vez, depois de reformar sua casa e torna-lo apreciável para os visitantes, não se deixou levar por histórias de terceiros, nem pelas cicatrizes que antes lhe causavam dor. A casa é está bonita, mas grande demais para uma pessoa só. Decidiu sair, porque o caminho é longo e do horizonte não se vê a chegada. No seu coração há uma voz que diz que é preciso sair da sua zona de conforto para ter o que quer. Assim como naquela música que te assombrou algum tempo atrás. Enfim, Só te resta caminhar. Vai, e dai há mudanças no terreno. Ops, cadê a terra macia do meu lar? De onde surgiram esses pedregulhos? Ai, meus pés doem. Tenho que ir mais devagar. Se eu correr muito vou me machucar. Mais à frente, viu que o chão se tornou úmido, pantanoso, ao redor havia um lago de águas turvas. Preciso ter cautela, pensou. Não se sabe a profundidade desse lago. Continuou, e só depois de algum tempo reparou que o caminho é só subida. Olha pra trás e tudo está menor. Mas a voz manda seguir em frente, e continuou. De repente, estava no topo de uma montanha. É frio, é silencioso, longe de qualquer contato humano, mas só aqui ele teve condições de ouvir seus pensamentos e sua voz interior, que dizia: Continue. E ele continuou. Desceu daquele terreno perigoso e achou uma linda cachoeira. Água límpida e fria. Decidiu tomar um banho, desnudou-se e pulou. Mas sabia que era preciso continuar, e assim voltou para o caminho, energizado e mais sereno. Por fim, achou uma linda praia num fim de tarde. O sol estava indo embora e ele decidiu ficar para assistir aquele espetáculo. Perdeu-se tanto em seus pensamentos que aquilo que ele procurava estava ali perto, observando cautelosamente nosso herói. Também atravessou um caminho tortuoso, coitado. Merecia repousar. Quando estava pra ir embora, os olhares se encontraram. Mas apenas um sorriu. O outro ainda não tinha aprendido o suficiente pra reconhecer quem estava ali. 

quinta-feira, 1 de março de 2012

A viagem.

Tudo começa com uma decisão: Preciso viajar. Dessa frase, surge inúmeras possibilidades e inseguranças. Tudo decorrente do medo do desconhecido. Para onde ir? O que fazer para alcançar esse objetivo? Em primeiro lugar, calma. A decisão foi tomada, tudo que virá de agora em diante será consequência. Não precisa ter destino, pode ser uma praia tranquila, ou uma cidade grande, não importa. A decisão de viajar está atrelada à uma insatisfação que pode ser momentânea ou não. Seja pelo clima frio, falta de lazer ou de perspectiva de vida. Pode ser a passeio, ou quem sabe você pode decidir ficar. Hora de arrumar as malas, dê preferência ao que é fundamental, ao que você não pode viver sem, o resto é descartável, você pode definir seu destino a partir das roupas que você está separando para levar. O que ficar pelo caminho certamente não era necessário. Malas prontas? É hora das despedidas, momento dificil. O nosso velho e odioso hábito de acomodação às vezes nos deixa a margem de nós mesmos. Mas quem sabe durante a viagem a gente não tenha um reencontro, ou uma reinvenção? Não podemos perder a fé. Despeça de tudo de que foi importante nessa cidade, mas tenha em mente que aquilo não é tudo, existe um mundo e horizontes infinitos esperando sua exploração. Pé na estrada, primeiras horas são dificeis, mas quanto mais presenciamos paisagens belas, menor é a vontade de olhar para trás. No caminho, pedras, armadilhas e lugares sombrios, tudo servindo para que nossa caminhada seja mais eficiente, e saibamos encontrar com rapidez nosso oásis. Ih, você encontrou um lugar pra ficar. Não era o oásis que você esperava. Será que só dá pra passar a noite, ou você vai gostar o suficiente para ficar mais dias, anos? Na dúvida, ouça seu coração. Ele vai te guiar pelas aventuras mais emocionantes de sua vida. :)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

:)

"O momento do reencontro. Onde depois de tanta coisa vivida, por um acaso do destino, o passado é colocado na sua frente, materializado. E você entende porque um afastamento, uma viagem, pessoas novas e situações vividas foram determinantes para seu futuro. Porque agora aquela pessoa que a qual você pintou com as cores mais bonitas e colocou num canto bonito da sua vida, descoloriu-se com o tempo, as cores ficaram velhas, a estante ficou empoeirada e o preto-branco entrou em cena. Misturou-se à paisagem e seguiu com a multidão cinza, o que ele vai fazer, dizer, não tem mais importância para você. Hoje eu entendo o real significado de ser indiferente com alguém. Porque agora você usou as cores em você mesmo, e hoje brilha radiante, forte. Realiza retoques quando necessário, mas nem a tempestade mais dificil fará com que suas cores envelheçam. Continuará o processo de reciclagem, sempre buscando o aprimoramento pessoal. Fica aqui a lição vivida por mim, sejam intensos em tudo nas suas vidas, em todos os aspectos, até mesmo quando o objetivo mais importante seja esquecer alguém. E assim, completo, parti."

30/01/12.

domingo, 9 de outubro de 2011

valores.

Vivo numa sociedade marcada pelo tempo, tudo que fazemos é baseado no relógio. 24 horas onde voce tem que se desdobrar nas mais variadas atividades do dia-a-dia. E nessa necessidade de estarmos sempre 'a tempo' para fazer tudo o que desejamos, inconscientemente fazemos com que tudo se torne apenas momentos. Efêmeros, o que aconteceu 5 minutos atrás nao tem mais importancia. Infelizmente, essa prática está sendo aplicada em demasia no que tange aos relacionamentos. As pessoas possuem o desejo de ter alguém do lado. Para compartilhar. Mas por estarem presos à essa ideologia atual, comprimem tudo que se pode ser vivido em mais 'tempo' num simples momento. Encontro na balada, aquela paquerada básica (isso se nao chegar beijando), palavras que elogiam, sussuros no ouvido que arrepiam, voce o leva pra casa e tem o melhor sexo da sua vida. No dia seguinte resta a simples pergunta: Quem é voce? Mas a pessoa já foi embora. Sem deixar telefone, nome, onde mora.. Confesso que sou um amante a moda antiga, gosto do que é duradouro, do que está presente todos os dias, e que se constrói, aos poucos, sem pressa. Pequenos momentos que (sim), se multiplicam. O problema é que costumo ser marginalizado por esse pensamento, as pessoas me consideram careta. À essas pessoas, vou lembrar uma coisa: O tempo passa para todos, e pode ser que chegue o momento em que voce esteja só, e queria companhia, mas será que vais encontrar a paz, depois de tantos anos levando a vida como um 'momento'? Eu prefiro continuar como sou e ter uma coisa no futuro que valha a pena sentir. Pensando por esse lado, seria eu o amante à moda antiga? Ou seria eu o amante do futuro?

sábado, 27 de agosto de 2011

Carta para um amigo presidiário.

Olá, amigo, tudo bem? Espero que sim. Sabe, faz muito tempo que não te escrevo e não tenho notícias suas. Mas soube que continuas preso, então decidi te enviar essa mensagem. A vida aqui fora deu tantas reviravoltas, passei por muitos momentos bons e ruins, mas eu consegui. Hoje estou realizando um sonho pessoal e queria que você estivesse perto para comemorar comigo. Estou muito feliz. O poder de realização me faz ter aquele poder de realizar tudo que eu quiser, me sinto grande e capaz de ir muito longe. Você não sabe como é deliciosa essa sensação. Não tenho palavras para descrever isso tudo. Isso me lembra daquele tempo, do tempo em que éramos mais próximos, podíamos contar um com o outro e juntos éramos aquela dupla dinâmica. Todos nos olhavam com uma certa inveja da pureza da nossa amizade. Fomos felizes. A única coisa que me incomodava era que uma grade nos separava. Eu estava do lado de fora, e você dentro. Até hoje não entendo o que te levou a entrar aí, por livre e espontânea vontade. Decidiu se trancar e não querer mais sair. O que mais me incomodava, além disso, era que a chave estava (e ainda está) com você. Mas você também optou por perdê-la nessa cela enorme que contém toda a sua história. Tentei ficar ao seu lado, tentei ser teu advogado e te convencer a te tirar daí, mas você não me estendeu a mão. Quis ficar preso no seu mundo, deixando de viver todas as coisas que o mundo proporciona. Isso não me deixou feliz. Então, parti. Tive que seguir com a minha vida. No entanto, rezo por você todos os dias, para que encontres o que te impedes de sair. E quando estiveres livre e visitado os que te são caros. Pode me procurar, estarei te esperando para te dar aquele abraço apertado e te contar tudo que vivi. Até lá, meu amigo. V.

Faxina.

Vocês estão carecas de saber que quando um taurino coloca uma coisa na cabeça. Sai de perto. Ontem fui dormir decidido: Amanhã farei uma faxina no quarto. Nem que seja varrer, passar um pano, sem trabalho pesado. Acordei e a primeira coisa que fiz foi começar essa tal arrumação. Uma hora depois, consegui fazer o que havia planejado para a limpeza e agora está tudo limpo e agradável. Tudo isso me deu até a ideia de escrever aqui, sabem por quê? Porque sempre enquanto limpo meu quarto, eu sempre penso na ideia de: e por que não realizar uma limpeza interna? Reciclar emoções antigas, guardar boas lembranças, organizar pensamentos, planejar o futuro, jogar fora tudo que não te serve mais, como raivas, mágoas, todos os sentimentos ruins, para deixar espaço para que há de vir. É bom, sabe? e confesso que tentei fazer isso enquanto limpava meu quarto. Tem momentos na vida em que voce deve fechar para balanço, mesmo que esteja tudo bem, para realizar limpezas internas, realizar pequenas faxinas. Ver aonde está errando e mudar a configuração, para que se evite a tal da instabilidade emocional. Eu sei que é dificil se livrar de certas coisas, sempre existe e sempre vai existir aquelas coisas que nos são caras. Mas é chegada a hora em que você deve se libertar de tudo isso. Nada é para sempre. Desprenda-se. Encha-se de sentimentos bons. Para que enfim, livre, possa conquistar outros ares. =)

domingo, 1 de maio de 2011

novos horizontes.

Ontem tive um dia perfeito entre amigos. Depois de uma manhã estudando, fui para a casa de uma amiga, corri no condomínio, assisti o jogo de voley dos meninos, tomei banho de piscina e depois joguei Uno até às 2h da manhã. Quando cheguei em casa, percebi que estava bem satisfeito com a minha rotina, passar a semana me dedicando à faculdade e reunindo os amigos no fds para fazer qualquer coisa light, de jogos até barzinhos. Aquele fogo de sair todo final de semana, de estar em festas, bebendo e conhecendo gente nova passou. Pelo visto, foi uma fase que eu vivi no período Rio-Olinda. Agora, os ânimos se acalmaram, estou numa nova idade e procurando outras coisas para agregar a minha vida, e não vejo essa mudança de hábito como uma acomodação, e sim porque percebi que a vida badalada não é tudo, que eu posso buscar a felicidade nas coisas mais simples. Vamos raciocinar um pouco? Pegando uma frase que vi em algum lugar: "A felicidade está aonde você a deixou", faço a seguinte pergunta: aonde você deixou a sua? Será que não foi num abraço sincero de seus pais? Será que não foi num sorriso de um amigo ou num beijo apaixonado de um namorado(a)? Ou em algum hobby que você mas nunca mais teve tempo para fazer? Pensem bem nos valores que vocês atribuem a tudo. Isso são conceitos que ainda estou revendo, ainda naquela reciclagem da transição 21-22, mas já botei na minha cabeça que eu devo mudar algumas coisas, e eu vou. De agora em diante, vou tentar apreciar melhor esses momentos pequenos mais valiosos. Logo mais direi se deu certo ou não. rs
:*